sábado, 7 de maio de 2011

Sangue Quente

As aventuras de um zumbi com crise existencial
Desde que Stephenie Meyer começou a escrever, falar mal de literatura de segunda perdeu a graça. São tantas atrocidades cometidas pela moça contra a literatura que fica dificil superar. A própria obra é sua maior crítica.
Eu, particularmente, já tinha prometido a mim mesmo que não perderia tempo analisando literatura teen dos anos 00. Mas, este título me chamou a atenção por dois motivos: O primeiro foi me fazer lembrar do comentário que fiz quando vi o livro Fallen: "Agora eles vão pegar todos os seres sobre naturais e fazer versões Romeu & Julieta. A coisa vai toda pro buraco quando fizerem uma versão zumbi de Crepusculo". O segundo foi este comentário da autora de Crepúsculo: "Nunca pensei que poderia gostar tão apaixonadamente de um zumbi. Fiquei pensando na história muito tempo depois de acabar de ler o livro.
Antes de qualquer coisa vamos ao anúncio do livro: "R é um jovem vivendo uma crise existencial - ele é um zumbi. Perambula por uma América destruída pela guerra, colapso social e a fome voraz de seus companheiros mortos-vivos, mas ele busca mais do que sangue e cérebros. Ele consegue pronunciar apenas algumas sílabas, mas ele é profundo, cheio de pensamentos e saudade. Não tem recordações, nem identidade, nem pulso, mas ele tem sonhos.
Após vivenciar as memórias de um adolescente enquanto devorava seu cérebro, R faz uma escolha inesperada, que começa com uma relação tensa, desajeitada e estranhamente doce com a namorada de sua vítima. Julie é uma explosão de cores na paisagem triste e cinzenta que envolve a "vida" de R e sua decisão de protegê-la irá transformar não só ele, mas também seus companheiros mortos-vivos, e talvez o mundo inteiro.
Assustador, engraçado e surpreendentemente comovente, Sangue Quente fala sobre estar vivo, estando morto, e a tênue linha que os separa."

Parem o mundo que eu quero descer! Colapso social zumbi? Cara, não quero nem falar do resto do anuncio porque é um insulto (não vou dizer a literatura, porque não li o livro), a inteligência. Falar o que de um livro que tem um anúncio destes?
Ok, tenho que ler isso. Porque se esse o Isaac Marion, o autor, consegiu fazer a proeza de escrever um bom livro narrado por um ser irracional e desprovido de emoções, PQP! esse cara é um gênio. Eu pessoalmente faço campanha para o cara ganhar o Nobel de literatura.
De longe, o maior problema com a atual literatura mainstream adolescente é o total desrespeito a coerência. Se o autor quis criar um ser morto-vivo antropófago que mantém algum nível de racionalidade e emotividade e escrever sobre o envolvimento desta criatura com uma humana, parabéns, direto dele. Agora, chamar esta criatura de zumbi... Pelo amor de deus! Aí são outros quinhentos.
Do jeito que as coisa estão indo as próximas gerações terão conceitos como:
Vampiro: ser diurno que brilha quando exposto ao sol e tendem a se apaixonar por garotas solitárias.
Zumbi: ser introspectivo com deficiência de fala e altamente emotivo Não confundir com emo) e tendem a se apaixonar por garotas solitárias.
Lobisomem: ser anfíbio resultado da relação entre um humano e um ornitorrinco e tendem a se apaixonar por garotas solitárias.

Múmia: criatura do folclore dinamarquês. São aves que tem a capacidade de assumir a forma humana e são repelidas por queijo gorgonzola e tendem a se apaixonar por garotas solitárias.
Fadas: espíritos de dodôs que reencarnam para se vingar dos descendentes dos caçadores que os extinguiram e tendem a se apaixonar por garotas solitárias.
Crianças! Parem de ler que isso faz mal para vocês. Vão fazer algo mais instrutivo. Vão ouvir pagode, axé ou sertanejo universitário.

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